Tuesday 1 August 2017

Mario Benvenutti in 1962 by 'Correio da Manhã'

Mario Benvenutti, born in Sao Paulo in 1926, from an Italian family of restauranteurs was discovered or 'spotted' by movie people while working as in one of his father's restaurants in downtown São Paulo in 1953, having got a bit-part on Armando Couto's 'O homem dos papagaios' starred by Procopio Ferreira.

The fact is, Mario was an extremely good-looking young man and had to be in the pictures whether he had talent or not. Benvenutti happened to be talented on top of his good looks. By 1962, he had already been featured in couple of good flicks, and had just finished playing a major role on Walter Hugo Khoury's 'A ilha' (The island) that was still in the stage of post production. 

Here's an interview Mario Benvenutti gave to Rio de Janeiro's 'Correio da Manhã' published on 14 October 1962 in which he is candid about his private life and his career. Here are some excerpts of the interview he gave to a female journalist who visited him in São Paulo.


- 'Escute, Mario, conte-me sobre você...

‘Sou muito vaidoso, e acho isso muito bom, estimula, a gente tem sempre vontade de fazer alguma coisa boa para que seja elogiado e agrade...’

- ‘Sou filho de italianos. Aliás, você reparando bem, sou completamente italiano com mais de 3.000 anos de civilização pelas costas. Para ser mais explícito, digo que sou filho do Papai (uma double-entendre referindo-se ao nome Restaurante do Papai, de propriedade do pai de Mário). Não, minha cara, não estou dizendo que sou ‘filhinho-de-papai’, mas sim do dono dos restaurantes de São Paulo que tem esse nome. 

- 'Por isso que você parece tão bem nutrido... Mas como foi que deixou os comes-e-bebes paternos para enfrentar o cinema brasileiro?

- 'Foi trabalhando no ‘Restaurante do Papai’ da Praça Julio Mesquita, que entrei em contato com artistas que ali iam comer seus macarrãozinhos. Armando Couto deu-me o primeiro papel e como todo mundo comecei em ‘pontas’. Apareci em ‘Conceição’ com Norma Benguel, depois ‘Mulheres e milhões’, onde fiz o papel de um manco considerado bem bonzinho por todo mundo e excelente por minha família.

Mario solta uma de suas risadas formidáveis, fala de outros assuntos que nada tem a ver com o cinema ou nosso encontro e volta depois às minhas perguntas.

- ‘Recentemente terminei ‘A ilha’, onde apareço como um play-boy típico cheio de deslumbramentos fictícios. Agora, preparo-me para um filme ousadíssimo de Jorge Ileli cujo título provisório é ‘Os vivos estão mortos’. Ai represento um milionário blasé, frustrado, inquieto e possivelmente cruel. Como você vê sou muito versátil e talentoso. 

Quando pergunto do que gosta, responde com ímpeto que ‘de tudo e muito de tudo’, passando a enumerar as coisas mais divertidas possíveis.

- ‘Gosto da vida. De Papinni , de nadar, da noite até se tornar dia, e do dia também. Às vezes de Somerset Maugham, mas antes de se tornar ‘chato’. De meus amigos, adoro! E de minha mulher, que é a índia mais bonita do Brasil. De meus 3 filhos, um de 14 anos (nascido em 1948) e os outros dois ‘mamelucos’, com 9 e 8, que são verdadeiras ‘obras-primas’, com todas as virtudes maternas e paternas. Gosto de fazer blagues e de ‘pregar peças’  nas pessoas. Gosto de cantar, depois dos 40, vou me dedicar ao canto, dizem que tenho ‘uma bela voz’ de tenor. E de cozinhar: sou um verdadeiro artesão dos temperos. Mas não fumo e sou ambidestro.

'Correio da Manhã' 13 July 1961: Jorge Ileli's 'Mulheres & Milhões'.
Moniz Vianna writes the review: 'Mulheres & Milhões'; Correio da Manhã, 16 July 1961.
Walter Hugo Khuory's 'Noite Vazia'; 'Correio da Manhã', 25 March 1965
Moniz writes about Walter Hugo Khuory at 'Correio' on 22 January 1967.
Moniz Vianna compiles Walter Hugo Khuory's ouevre; 22 January 1967.


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